sábado, 18 de outubro de 2014

Adaptações dos clássicos literários para os quadrinhos


Várias são as discussões sobre a importância de ler os clássicos. Realmente as obras clássicas têm muito a nos ensinar. Mas qual é o momento adequado de iniciar esse tipo de leitura, e de que forma?
O ideal seria estimular a leitura desde a infância, é claro. Assim a criança iria progredir, no seu ritmo e de acordo com suas preferências, até leituras mais complexas. No entanto, sabemos que, normalmente, não é assim que acontece. Sem o incentivo em casa, a criança acaba tendo contato com a literatura somente ou principalmente na escola. Cabe à instituição, portanto, saber trabalhar essa competência.
Os livros clássicos costumam exigir uma leitura mais atenta, além de poder conter uma linguagem datada e situações históricas. Fazer com que crianças e adolescentes se interessem por eles não é tarefa fácil. Utilizar adaptações poderia ser uma solução, defendida por alguns e questionada por outros.
Para citar alguns exemplos de adaptações de clássicos: existe a série Literatura Brasileira em Quadrinhos, da editora Escala Educacional, por meio da qual histórias como A Moreninha, Inocência, O Ateneu, O Alienista são reinventadas com a linguagem das histórias em quadrinhos. Essa coleção certamente se encontra em sua escola.
 Habitualmente, o argumento principal de quem critica a leitura de adaptações é que o enredo é priorizado em detrimento da linguagem literária. A história é recontada, mas detalhes importantes, como o estilo do autor, são perdidos. Isso é verdade. O que não quer dizer que um trabalho com adaptações não possa ser interessante. Afinal, toda história é relida e reinterpretada com o tempo. Adaptar histórias clássicas para um formato diferente, como a HQ, e/ou para uma linguagem mais contemporânea e simples é uma tentativa inovadora de aproximá-las do universo dos jovens. Assim, eliminados os obstáculos que a linguagem e a extensão da obra oferecem, como os problemas de compreensão de vocabulário, por exemplo, que podem desestimular e causar bloqueios de leitura, o jovem leitor terá contato com o contexto geral da obra clássica de maneira mais leve e criativa, e poderá mesmo se interessar pela leitura posterior da obra original, seja no caso de uma leitura em língua materna ou em língua estrangeira.
Então, as adaptações podem sim ser válidas, algumas são mesmo recriações muito interessantes, porém jamais substituirão integralmente o valor da obra original, é importante que se tenha essa consciência.


Por Luciana Reis

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